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A Megaoperação no Rio de Janeiro – Reflexão e Esperança

A Megaoperação no Rio de Janeiro – Reflexão e Esperança

Mais de 120 pessoas morreram na megaoperação realizada nas favelas dos complexos do Alemão e da Penha. O que mais chamou a atenção não foram apenas os números, mas a reviravolta nas reações da mídia, dos jornais e da própria sociedade diante do episódio.
Cerca de 87% da população do Rio de Janeiro manifestou apoio à ação, revelando um sentimento coletivo de cansaço e de busca por segurança. No entanto, ainda que represente um alívio momentâneo, essa operação está longe de ser a solução definitiva. Talvez funcione apenas como um antídoto imediato para amenizar um problema muito mais profundo.
Há quem afirme que a ação foi desastrosa. Mas o que seria, afinal, uma operação 100% eficaz?
Na teoria, as soluções parecem simples; na prática, o cenário é bem diferente. Muitos defendem que o Estado precisa fortalecer suas bases, oferecer oportunidades e garantir atenção especial às pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. De fato, isso é essencial. Porém, existem inúmeros casos de indivíduos que tiveram acesso às mesmas oportunidades e, ainda assim, optaram pelo caminho do crime.
Será mesmo apenas falta de oportunidade?
Será que o Estado é o único omisso nessa história?
E se não houver operações como essa, o crime não tende a se fortalecer ainda mais?
A verdade é que teoria e prática são mundos distintos. Se fosse fácil resolver os problemas do Rio de Janeiro, há muito tempo já teríamos encontrado a solução. Décadas se passam, governos mudam, mas as mesmas dores persistem. Ainda assim, há esperança.
É possível melhorar, desde que se comece pelas bases: uma política mais ética, um Estado verdadeiramente presente, investimentos em geração de empregos, ampliação de oportunidades, saneamento básico de qualidade, projetos sociais efetivos e o fortalecimento das forças de segurança e do cumprimento das leis.
Um policial valorizado, bem treinado e justamente remunerado é o reflexo direto de uma polícia mais preparada e mais humana.
Minhas condolências aos familiares dos quatro agentes que perderam a vida no cumprimento do dever.
O problema do Rio de Janeiro não será resolvido de imediato, mas, se tivermos a hombridade de acreditar que a mudança é possível, já teremos dado o primeiro passo.
Enfrentar, combater e vencer: esse deve ser o espírito.
Porque o Rio merece paz. E nós, como sociedade, não podemos deixar de acreditar.

Ronaldo Dutra
Cientista Político

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